terça-feira, 24 de março de 2020

Combatendo o Corona Vírus em Paraisópolis

Em sintonia com a SEDUC, a Associação dos Moradores de Paraisópolis patrocinada pelos Parceiros da Educação prepara os voluntários que estarão fazendo uma ponte entre a comunidade e a saúde, acolhendo possíveis suspeitos do Corona Vírus da comunidade nas unidades escolares Etelvina e Maria Zilda, para o devido isolamento social. As adequações nas escolas estão sendo realizadas pelos Parceiros da Educação. Os voluntários estão sendo preparados pela Associação de Moradores. Aguarda-se ainda a aprovação da Vigilância Sanitária. O isolamento social visa conter a propagação do vírus e dar a devida assistência aos suspeitos de covid19 encaminhados pelos órgãos de saúde, de acordo com os critérios elencados abaixo. Caso haja necessidade, os doentes em isolamento serão encaminhados a hospitais pelas ambulâncias que estarão de prontidão.

O Hospital Israelita Albert Einstein, responsável pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) da comunidade e o Hospital Sírio Libanês compõem o grupo de apoiadores técnicos da iniciativa.

REGRAS DE ADMISSÃO, CONVIVÊNCIA E SAÍDA DOS
CENTROS DE ACOLHIMENTO CENTRALIZADO E
ISOLAMENTO SOCIAL DE PARAISÓPOLIS


Considerando que já existem evidências que intervenções do tipo de isolamento centralizado, acesso ao uso de máscaras e a ações de higiene respiratória e lavagem das mãos diminuem o número de pessoas infectadas pelo COVID19.
Esse projeto propõe duas linhas de ação. A principal delas é a organização de dois espaços na comunidade de Paraisópolis para isolamento centralizado de pessoas sintomáticas respiratórias, a segunda é a organização de material de comunicação e doação de material de higiene (sabonete e máscara) para as pessoas que não cumprem os critérios para ir para o isolamento centralizado, ou que não querem ir para o isolamento centralizado ou para as pessoas que são contatos domiciliares de pessoas com diagnóstico confirmado por teste laboratorial de COVID.
A organização deste documento de fluxos e critérios foi feita pensando no cenário onde não teremos acesso a teste por COVID19. O objetivo é  realizar  uma ação  que se some aos outros esforços do governo e da sociedade civil a fim de diminuir o número de pessoas infectadas, diminuir o número de mortes e diminuir a necessidade de uso dos equipamentos de saúde. Os fluxos entre as unidades de saúde da família (1,2 e 3) e do AMA da região já foram organizados e pactuados com as equipes, todos os pacientes deverão passar primeiro nestes serviços de saúde para serem admitidos no isolamento centralizado, o monitoramento dos pacientes será de responsabilidade da equipe de saúde que o encaminhou.

1-      Intervenção de isolamento social

Essa intervenção propõe à organização de dois centros de acolhimento (duas escolas da região) para receber pessoas sintomáticas respiratórias da comunidade de Paraisópolis. Abaixo segue a descrição do fluxo dessas pessoas até o centro de isolamento, seguido da descrição do funcionamento do centro e dos critérios de saída. Os centros de isolamento não são serviços de saúde, são locais que vão funcionar como uma casa para os indivíduos que tem indicação de isolamento domiciliar.

PRÉ-ADMISSÃO

Atendimento na UBS e na AMA da região de todas as síndromes gripais. Se a pessoas for classificada, pelo protocolo do Ministério da Saúde, como síndrome gripal (leve), o profissional deve verificar se a pessoa cumpre os critérios para ir para o isolamento centralizado e ofertar a pessoa.  Caso a pessoas aceite ficar no isolamento centralizado, o profissional deve fazer o encaminhamento usando o Anexo I, desse documento.

Critérios para admissão

a)      Ser morador da comunidade de Paraisópolis e,
b)      Ter passado por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou por uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e ter em mãos encaminhamento do projeto assinado por um profissional de saúde e,
c)      Estar na população alvo e,
d)      Ter uma das características de risco descritas abaixo.






População alvo são: Sintomáticos respiratórios (leves) suspeitos de COVID segundo protocolo do Ministério da Saúde para Atenção Primária, segundo o protocolo do ministério da saúde

 Atenção! São excluídos da população alvo pessoas que tenham mais de 60 anos com doença grave ou descompensado de quadro crônico; portadores de tuberculose com menos de 30 dias de tratamento ou com baciloscopia positiva, HIV com doença oportunista ou com CD4 < 200, hipertensão ou diabetes descompensados; insuficiência renal grave ou pacientes em diálise; pessoas menores de 18 anos e lactentes.
           
Características de risco:

Não ter possibilidade de isolamento adequado em casa,
OU
Morar com pessoas do grupo de risco
       Presença de idoso > 60 anos
       Pessoas com comorbidades: HIV, Tuberculose, Gestante e lactentes, câncer, DPOC, cardiopatias, diabéticos, hipertensos, insuficiência renal grave outras doenças relacionadas à imunossupressão (uso sistêmico).

ADMISSÃO
           
            Haverá uma equipe treinada para receber as pessoas que chegarem nas escolas, essas pessoas devem:
o   Explicar regras de funcionamento do espaço, cuidados de higiene respiratória e geral e sinais de piora do quadro (automonitoramento).
o   Assinar termos de compromisso e de aceite das regras do local.
o   Distribuir a pessoa nos quartos segundo a classificação a baixo,
         1ª. classificar por gênero
         2º  se teve ou não contato com pessoa com COVID confirmado
         3º. se tem teste rápido para influenza positivo
         4º.  Classificar a pessoa em relação ao número de dias de sintoma
       O-5 dias -> será direcionado para um andar
       5-10 dias -> será direcionado para outro andar
       >10 dias -> será direcionada para outro andar
o   Ficha inicial de admissão
o   Entregar o KIT com material de uso individual (escova e pasta de dente, roupas de cama e banho, sabonete líquido, itens de higiene para banho, pano e álcool para limpeza de superfície, máscara cirúrgica (3 máscaras por dia), lenço descartável, recipiente com álcool gel).




ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO DE ACOLHIMENTO

            O espaço contará com equipe de supervisão e higiene de todos os cômodos do local (salas de aula, banheiros gerais e para profissionais, espaço de convivência, refeitórios). Com armários separados para equipe de trabalhadores e para cada pessoa que ficará na casa. Os trabalhadores terão todos os equipamentos de proteção individuais necessários para o trabalho (óculo, avental, máscaras, face-shield, gorro, botas). O espaço contará com pontos de álcool gel e no banheiro haverá apenas papel adequado para secar as mãos, não haverá toalhas.
            A higiene será feita periodicamente com substância que inclui hipoclorito e quaternário de amônia conforme orientações da equipe hospitalar com expertise no tema. Em todos os locais de convívio serão definidos previamente o espaço e a distância de segurança entre as pessoas (banheiros, refeitório e sala de convivência). Os dormitórios terão camas com espaço de 1 metro entre elas separas por biombos. (em anexo as plantas que serão utilizadas como referência para organização deste espaço).
Os espaços para alimentação também serão demarcados de modo a atender a premissa de distanciamento social, considerando o espaçamento de 1 metro entre cada indivíduo. A alimentação dos usuários deverá ocorrer por meio de rodízio, de modo que não haja aglomeração de pessoas no refeitório. Toda a refeição deverá ser servida em utensílios descartáveis e devidamente retirados do local após cada grupo de indivíduos servidos.
            O local contará com ambulância 24h, e caso alguma pessoa tenha piora dos sintomas, observado por ele ou por colega ou profissional do local, essa pessoa será levada para a AMA mais próxima, fluxo já pactuado coma gestão local. Estarão disponíveis nas escolas um ki com medicamentos para uso eventual (dipirona, paracetamol, dimenidrato+piridoxina), termômetros e oxímetro.

Monitoramento das pessoas

            O seguimento das pessoas, para avaliar evolução do quadro, deverá ser feita pela equipe de saúde que a encaminhou, conforme orienta o protocolo do ministério da saúde, com periodicidade de até 48h, e poderá ser feita por telefone, telemedicina ou presencialmente.

Critérios para saída do local

Tipo 1: Houve piora clínica
         Piora das condições clínicas e do estado geral caracterizados por:
         Falta de ar (dispneia) ou desconforto respiratório, não importante o valor da saturação
         Aumento da frequência respiratória (>20 irpm)
         Cansaço importante
         Saturação de SpO2 <95% em ar ambiente.
         Pressão baixa (hipotensão), desmaio
         Alteração do estado mental, como confusão e letargia;
         Persistência ou aumento da febre por mais de 3 dias ou retorno após 48 horas de período afebril.

            Conduta:
                        Chamar a ambulância que está 24h disponível para as duas escolas para fazer o transporte até a AMA Paraisópolis.
                       

Tipo 2: Recuperados

       14 dias após o início dos sintomas






































Veja por quê achatar a curva

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